Ascenção do Espírito Capítulo 1


 ARCO:1

CAPÍTULO 1

UM FINAL INFELIZ

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Uma vida normalmente sem grandes surpresas, ao menos era nisso que eu acreditava, bom... isso foi até alguns poucos minutos atrás, pois neste exato momento eu estou agonizando de dor no chão de um posto de gasolina 24 horas.



Minhas costas estão repletas de buracos, sendo eles causados por tiros de um revólver calibre 38, honestamente não sei como ainda estou vivo, vários dos tiros acertaram minha medula espinhal, não era para eu morrer? Ou ao menos perder a consciência rapidamente?




O mais intrigante nem é isso, além da minha medula espinhal, posso sentir que alguns dos tiros perfuraram o meu pulmão, e o meu sangue está vazando abundantemente rápido, formando uma grande poça de sangue nas minhas costas, e certamente isso deve ter ocasionado em uma hemorragia interna.



Sério cara, não era para eu morrer logo? Será que minha má sorte é em tal grau, que nem mesmo agora eu posso perecer rapidamente? Ah merda já posso até ouvir a sirene da polícia, sério que eles demoram tanto assim pra chegar??? Eu já estou basicamente morto! Ah como isso dói... Dói para um caralho. A dor era tanta que se eu pudesse descrevê-la, eu diria que é quase como se uma pilha de pinschers raivosos estivessem mordendo cada centímetro cúbico do meu corpo, ou como se meus nervos ciáticos estivessem sendo puxado e arrancados.



Droga, a minha vista já está começando a falhar... O que é isso? Porque tem essa sujeira negra no teto? A sujeira tá!? Virando tentáculos? Porra! Eu já estou alucinando?



Isso significa que eu logo vou morrer certo? Sim, com certeza deve ser isso, enfim acho que não vou poder voltar para casa... No fim pelo menos poderei ter o descanso que eu tanto procurava.



Naquele instante o tempo parecia ter desacelerado, era como se cada segundo fosse equivalente a horas... Aquela sujeira que estava no teto, pouco a pouco começou a se aproximar de mim, os tentáculos foram aumentando, e a chuva que batia em cima do telhado do posto, formava uma melodia dramática, que acalmava meus músculos e me confortava. Mesmo com tanta dor, era quase como se eu estivesse em uma apresentação de ópera.



escasso o brilho em meus olhos foi sumindo, até eles estarem inteiramente opacos, os meus lábios a essa altura do campeonato já estavam brancos, e feridos... O meu corpo já não respondia mais aos sinais enviados pelo meu cérebro.



Meus batimentos se desaceleraram até que estivessem insuficientes... Minha mente já estava desvairando, perto de fechar meus olhos, aquela sujeira que se aproximava de mim, se abriu conforme fosse engolir meu corpo completamente.



Enquanto a sujeira se estendia para vedar todo meu corpo, imagens da minha vida começaram a passar, como pequenos flashbacks... a partir do momento em que nasci... Até o instante em que morri.



Dentre os flashbacks, eu pude contemplar abertamente, aqueles que me deixaram nessa condição detestável... É esse o tal do Carma?




Em pensar que as pessoas que se diziam meus amigos fariam isso... Fui um ignorante, como nunca pude perceber, isso tudo era uma armação desde o início.



Hahahahaha! Não bastou trair, então eles resolveram me assassinar, exclusivamente porque são uns covardes de merda... Bem no fim da minha vida, e eu não posso me livrar disso, porque? porque que isso dói tanto!? porque tal evento aconteceu na minha vida? porque isso aconteceu comigo? porque isso me perturba até agora? Eu...eu só quero que isso acabe! Mas mesmo assim minha irá, minha agonia, minha dor, minha vida que foi destruída, tudo isso não me permite estar em paz!!!



“DROGAAAA! COMO EU QUERIA MATAR VOCÊS! PORRA!!! FUDIDOS! FUDIDOS DE MERDA! EU... EU CONFIEI EM VOCÊS! E É ASSIM QUE VOCÊS ME RETRIBUEM?



VOCÊ ERA MEU MELHOR AMIGO A ÚNICA PESSOA EM QUEM EU DEPOSITEI TODA MINHA CONFIANÇA… MAS MESMO ASSIM VOCÊ DESTRUIU MINHA VIDA JUNTAMENTE COM A MINHA NAMORADA, MESMO SABENDO QUE EU CONFIAVA EM VOCÊ! O QUE EU FIZ PARA VOCÊ ME DETESTAR TANTO?” 



Era o que eu queria berrar até minha garganta lacerar em pedaços.



Merda, agora já é tarde... Se eu tivesse ao menos entendido antes, porventura eu pudesse ter feito algo para alterar esse destino bárbaro que me infringe tanta mágoa.



não, parando para analisar tudo acontece porque cada um colhe o que planta não é?



Bom se as coisas fossem assim eu não teria o direito de mudar nada, eu verdadeiramente queria me aprofundar nessa doutrina, porque assim eu poderia ao menos possuir uma resposta para tudo isso que eles fizeram comigo, no fim não importava a forma conforme eu visse tudo aquilo, tudo que conseguia raciocinar é “qual foi o meu pecado?” isso me apodrecia interiormente como se eu fosse o errado.



No fim, eu sabia que eu não era isso, pois coisas desse gênero acontecem e na maioria dos casos, constantemente são coisas geradas através dos sentimentos de luxúria momentâneo que reside em nós humanos, é uma coisa que está na falta de um bondoso caráter, e não algo que eu fiz para decair sobre mim mesmo, juntamente com isso em mente eu só poderia cogitar nas piores coisas e nelas eu poderia me vangloriar... Me vangloriar de toda minha alma, por arrastar ao menos um deles para o inferno juntamente comigo.



Assim me lamentando por tudo o que aconteceu eu fui perdendo lentamente minha vida conforme oscilava na borda da morte, não demorou muito para que meus batimentos viessem a cessar, e eu tive uma lenta, humilhante, e miserável, morte… eu testemunhei o fim da minha pequena e modesta vida, cujo foi arruinada por aqueles que traíram a mim…. E em meus últimos momentos de consciência eu ainda pensei.



“Que fim lamentável, era só para ser mais um dia comum, tudo o que eu queria era voltar para casa... assistir televisão, comer um pão com ovo, tomar um banho, e ir dormir… como eu sempre fiz, Realmente as coisas jamais foram boas para mim, porventura talvez seja a vida quem me odeie... queria eu ter uma segunda oportunidade, reencarnar e viver uma vida feliz em um mundo mágico rodeado de garotas bonitas, ser tão forte quanto um rei demônio, viver a vida sem arrependimento nenhum enquanto me aventuro de todas maneiras, eis aqui algo deslumbrante pena que isso é algo que aconteceria exclusivamente em uma fantasia”



Foi assim, que em prantos e lamentações, por aqueles que me traíram, e me mataram, eu morri desejando justiça, mas eu era somente um fracassado azarado.



Após minha morte, eu não pude ver nada... apenas pude escutar um ritmo, que me guiava para um lugar qualquer que eu não conhecia... Minha mente estava confusa, afinal eu havia morrido certo? Bom isso é bem esquisito, eu não sinto meu corpo, mas algo está me guiando... Hum! Para onde isso vai me levar?



Eu não conseguia abrir meus olhos de forma alguma, não importava o quão eu me esforçasse... Então me veio alguns pensamentos.



“Hunf... Hunf, ah! Agora eu saquei, isso deve ser o inferno! Certo?”



Pensando sobre minha localização, uma impressão de leveza atingiu meus olhos, e então eu pude abri-los um pouco novamente, e avaliar uma fração do lugar em que eu estava, contudo, minha vista apesar disso ainda parecia turva.



O cenário era de uma ruína, de um coliseu Romano ancestral, e nele haviam estátuas gigantes, com dezenas de metros de altura, e também estátuas que retratavam anjos, e belas mulheres, que usavam roupas um pouco eróticas, e igualmente todas elas possuíam livros que aparentemente eram Grimórios.



Tendo isso em vista, eu seguidamente pude deduzir que se tratavam de bruxas, ou feiticeiras... portanto pensei.



“Cara nada bom! Isso é um vestígio de mal agouro... Se tem estátuas é porque a bruxa tá perto, que tipo de louco me trouxe aqui!?”



Rezando três vezes o pai nosso... Fui me afastando das estátuas, um lado de mim me dizia que eu estava sendo idiota, mas o outro me aplicava a famosa pulga detrás da orelha.



Então um tempinho se passou... E outra questão me impedia de permanecer quieto, em meus pensamentos, essa mesma questão era.



"De que caralhos de forma vim parar aqui? Porque tem um coliseu no inferno?" Eu pensei que o inferno fosse algo mais selvagem, tipo uma rombo de magma incandescente fedendo a enxofre’’



Enquanto eu estava resmungando em meus pensamentos, uma garota de fisionomia juvenil, juntamente de um belo cabelo loiro, e olhos verdes, apareceu em minha presença... Pelos aspectos de sua face, eu diria que ela não tinha mais que 14 anos, ela se vestia de forma excessivamente duvidosa, tão duvidosa que por um momento achei que ela iria roubar meus órgãos para um ritual satânico... Qual seria a espécie de pais que permitiriam a filha trajar isso?



— Ei garota, você sabe que diabos de lugar é esse?! — Exclamei para a garota, que se vestia toda de preto.



A garota no mesmo momento me olhou de cima a baixo, e começou a se aproximar de mim sem expressar nada.



Puta que pariu, agora ela vai roubar o meu pulmão, parece que eu me fodi legal agora, as pessoas hoje em dia tendem a ser maliciosas, eu já vi muitas loucuras em jornais acontecerem por causa de pessoas com má índole.



Bom… na realidade, eu acho que estamos mortos. Quer dizer, eu tomei dezenas de tiros, duvido que eu ainda esteja vivo após isso, mas é sempre bom ser cauteloso.



— Ei garota, você por favor poderia me dizer que lugar é esse? — Eu interroguei a garota novamente.



A garota de imediato chegou próxima a mim, e então passou as mãos em meu rosto, dando pequenos tapinhas, me olhando bem de junto ela disse:



— Humm seu rosto é atraente, sinto vontade de cortá-lo, então isso é um humano?... O que você faz nesse mundo, humano? — A garota especulou olhando em meus olhos.



Eu respondi logo em seguida:



— Acho que não seria agradável para mim se você cortasse o meu rosto... Mas enfim eu não sei porque vim parar aqui, minha mente está uma desordem, as únicas coisas que eu me recordo com transparência, é que de alguma forma eu estava brigando com alguns filhos da puta, e então eu fui baleado pelas costas, e morri! — Respondi para a garota que havia se assentado sobre uma espécie de nuvenzinha bem na minha frente.



— Humm... compreendo, você é bem sortudo devo advertir, esse lugar em que estamos é o mundo dos guardiões espirituais... Definitivamente você atravessou a dimensão que separa esse mundo do mundo dos mortos! — Disse a garota de vestimentas “inadequadas”.



— Como você fez isso eu não vou saber como lhe dizer, mas de fato você quebrou todo o tabu da sua realidade e veio ao mundo espiritual incorreto! De certa forma pode se dizer que você literalmente fez a cagada do século! Não para ser mais exato foi a cagada do milênio, você fez algo inviável, impossível, agora era pra você ter deixado de existir, não sei como, mas você conseguiu cruzar a dimensão da destruição! — Disse a garota espantada.



— Tecnicamente era para o seu espírito, ter sido desfragmentado, no termo mais correto da coisa sua alma deixaria de existir em todos os mundos, seria quase como se você fosse jogado na lixeira... Não compreendo como, mas você atravessou essa dimensão, e sem sofrer qualquer deterioração no seu espírito! — Retomou a alegar a garota coçando a extremidade da cabeça.



— Em todos os milhares de anos em que eu estive aqui, nunca vi nada semelhante a isso! Até para uma centena de guardiões inferiores, seria extremamente difícil abrir uma pequena abertura na dimensão da destruição, quanto mais atravessar ela sem nenhum dano! Você é alguma espécie de Semi Deus ou algo do tipo??? Posso te dissecar e fazer experimentos em você!? — Exclamou a garota que estava inquieta.



“Caramba, como essa garota fala mais do que a boca dela permite?.… Isso parece bastante excessivo para mim, mas é notório de certa forma, essa garota literalmente é meio pirada da cabeça” pensei olhando para a garota.



— Desculpe eu sei que estou morto, mas não curto pirralhas esquizofrênicas e estranhas mexendo no meu espírito, e o que diabos são guardiões, desculpe se isso soar muito arrogante para você mas... Eu não tenho uma bola de cristal, eu já peguei o bonde andando não é? Então por favor me explique tudo desde o começo e com calma, afinal eu estou bastante chocado com tudo que você me falou! E o que há com esse mundo porque tudo aqui é tão fantasioso? — perguntei a ela em seguida.



— Calma meu garoto, não vou tentar violar o seu espírito, só pretendo ver se encontro algo que explique você ter atravessado a Dimensão de aniquilação, mas está certo eu responderei sua pergunta! — Alegou a garota.



— Guardiões são na mais chulas das definições uma forma Semi espiritual e conceitual de existência, somos basicamente espíritos que já transcenderam o universo material e por isso os espíritos ancestrais nós transformou em uma existência que está diretamente interligada com cada lei do universo, por isso nossa função é estabilizar o universo... Eu mesmo sou uma Guardiã Paladina... Basicamente você pode se dirigir a mim como a rainha dos mundos espirituais, que há dentro deste universo, essa dimensão é basicamente meu reino, e está sobre os meus cuidados — retornou a comunicar a garota.



— Sobre essa dimensão... Não há abundantemente o que se dizer! — Além de que ela foi criada pelo primeiro espírito ancestral Cronosartus, essa dimensão é um lugar apelidado de espaço da autoridade retrava, o manuscrito deixado pelo senhor Cronosartus diz que as almas capazes de acessar essa dimensão tem direito a uma reencarnação, bom ao menos é só sobre isso que nós é permitido dizer aos espíritos que não são dessa dimensão! — Exclamou a garota que fazia movimentos estranhos na pequena nuvem.



— Basicamente, você ganhou de alguma forma a oportunidade de reencarnar, como há uma lei que impede que haja reencarnação em um mesmo espaço-tempo você será mandado para outro espaço-tempo onde reencarnará, diferente daqui esses espaços-tempo em que você pode reencarnar possuem leis divergentes que mudam bastantes de um para outro... Os números de espaços tempos em que você pode reencarnar são praticamente infinitos! — explicou a garota cutucando os dentes com um curto palito.



— isso é com certeza bastante informações para que eu possa engolir em tão pouco tempo, é complicado para Minha cabeça, então diga novamente imploro a você, uma coisa por vez! Mas afinal me diga sobre essa reencarnação, porque eu quem estou ganhando tal oportunidade? — contestei a garota em prol de uma resposta



— Eu não sei te dizer, tudo que me é permitido dizer é isso! — afirmou a garota com um olhar indiferente.



foi então que voltei minha atenção a garota e disse:



— Pensando bem, você disse algo sobre me dissecar. .. Certo? — questionei a garota extravagante.



— Oh! é mesmo eu já estava me esquecendo de lhe comunicar sobre isso, como eu disse a você agora a pouco, espíritos humanos não costumam comparecer por aqui, eu poderia até dizer que você é o primeiro espírito humano, que eu vejo cruzar a dimensão da destruição! — replicou a garota para mim com seriedade no olhar.



— Então conforme as regras eu deveria mandá-lo para reencarnar em outro mundo, mas eu estou bem interessada em estudar você... Eu meio que pude avaliar através de suas memórias, e percebi que sua vida não foi muito desfrutável, então eu posso excluir suas memorais que você despreza! Você mudou de ideia prometo que isso não vai doer? — inquiriu a garota rindo feito uma galinha.



— Bom quero dizer, aceita tomar uma xícara de chá? Tudo o que eu quero é que me conte um pouco mais sobre sua vida passada! — completou a garota empolgada.



— Mas você já não viu? olha, não me leve a mal garota, mas eu não gosto muito de conversar sobre isso! — retruquei a garota logo em seguida.



Após completar minha fala, aquela garota me olhou fixamente... Seus olhos mudaram de propósito, agora ela estava olhando de forma bastante estimulante, e seu corpo havia desenvolvido o necessário para eu conseguir constatar de primeira vista as mudanças exorbitantes, então ela se aproximou de mim e disse:



— Ora não seja maldoso, eu sou muito solitária aqui, só queria alguém para conversar, enfim faz milhares de anos que estou aqui, e não pude falar com ninguém! — replicou a garota sedenta próxima a mim.



“Pensando bem, acho bem doloroso passar tanto tempo sozinho... Eu considerava minha vida passada um inferno, mal posso adivinhar o que essa garota sentiu nesse tempo” pensei enquanto olhava para os olhos da garota.



— Certo... Eu aceito conversar com você um pouco! Mas logo depois disso eu vou meter o pé, certo? — transmiti olhando para a garota.



— Sim, sim, sim! — respondeu à garota com os olhos brilhando, conforme se ela tivesse ganhado no Jogo do bicho 3 vezes seguidas.



Após isso o corpo da garota voltou ao normal, então ela me levou a uma espécie de plataforma flutuante, tal qual se assentava em cima de um grande pilar, que ao alcançar certa profundidade, sumia devido à escuridão.



A garota me serviu um chá... E então eu a contei sobre minha vida passada.



Conversamos por horas e mais horas, mas havia chegado a hora de reencarnar, a garota parecia grandemente triste, e outra coisa me chamava bastante atenção.



Afinal não importava a forma conforme eu a olhasse... Nem fudendo que aquela garota era uma guardiã sei lá do que com mais de 2.000 anos de idade, eu me recusava a crer em tal baboseira, pois para mim aquela garota não passava de uma jovem de 14 anos, com um corpo um pouco mais volumoso.



Hesitando, eu me preparei para reencarnar... A garota estendeu suas mãos para as alturas, e uma colossal tempestade surgiu, das palmas de suas mãos um vermelho carmesim, mesclado juntamente de uma tonalidade violeta-escuro surgiu, abrindo rachaduras através do chão e balançando toda a arena no centro do coliseu.



Um descomunal portal nebuloso apareceu no ar, e pouco a pouco ele foi abaixando até se apoiar no chão da arena, assim que o portal encostou na arena, a gravidade ao redor ficou louca me fazendo permanecer de joelhos no chão por um curto período de tempo...



A garota parecia estar perdendo força então ela virou para mim e disse:



— Vai depressa! Abrir uma fenda nessa dimensão requer muita energia, se você atrasar muito vou me exaurir, e a fenda vai fechar e portanto vai delongar ao menos 500 anos, até eu restabelecer minha energia novamente! — Gritou a garota enquanto sustentava o portal aberto.



Eu então me apressei, e me aproximei do portal, contudo antes de eu adentrar nele, eu me virei para trás e exclamei:



— Ei garota, qual é seu nome? —



A garota então olhou para mim, e em seu rosto um esplêndido sorriso surgiu, ela então exclamou:



— Guardiões não tem um nome, mas antes de eu me tornar uma guardiã, as pessoas costumavam me chamar de Mary Bell! —



A garota então questionou:



— Qual é o seu nome humano? —



Eu então a respondi:



— Bom, pelo que me lembro meu nome é Kendrick, mas como nós já somos conhecidos, agora você pode me chamar de Kendri! —



Assim eu voltei minha concentração ao portal, e adentrando nele eu exclamei.



— Então seu nome é Mary Bell... Se nos encontrarmos novamente algum dia, espero poder tomar um chá novamente, até mais pequena, Mary Bell! —



Então olhando para o portal eu adentrei nele, logo após entrar nele eu fui teletransportado para uma espécie de espaço, onde havia várias falhas e abaixo um gigante buraco de minhoca que me sugou de imediato, após isso eu fiquei desacordado. Porém contando minuto por minuto em minha consciência eu vi que já haviam se passado vários meses, senti uma pulsação quente e úmida seguida de um grande frio e desconforto, então quando novamente retomei a consciência, eu já estava numa espécie de sala, mas aquela sala não era uma sala normal era uma totalmente medieval.



Ao meu redor havia 3 pessoas, de alguma forma eu mal podia enxergar, ou movimentar meus membros... Por causa disso eu me recordei sobre a minha reencarnação nesse mundo, mesmo minha visão não sendo boa eu pude perceber que 2 dos 3 que me cercavam eram meus pais nessa nova vida.



“Eu realmente ganhei uma segunda chance? Eu posso viver uma vida digna aqui? Eu posso ter uma família aqui? Eu posso ser feliz aqui?” ... Eu me perguntava em pensamentos.



No fundo, eu estava confuso, mesmo após tudo eu não conseguia acreditar, mas durante minha confusão algo aconteceu.



Minha cabeça começou a latejar, e minhas memórias foram se desfragmentando, até que eu não pudesse me lembrar de quase nada sobre minha vida passada, as únicas memórias que restaram foram sobre Mary Bell, e minha reencarnação.



Mas tinha algo a qual mesmo sem as minhas memórias eu jamais poderia esquecer, esse mesmo era aqueles, que um dia disseram ser meus amigos, mas na primeira oportunidade, me apunhalaram pelas costas. Assim como uma Cascavel dá o bote em suas presas.



Motivado a ser uma pessoa bem sucedida, eu comecei minha jornada em um outro mundo... Visando pisar na vida, assim como ela pisou em mim.